O
voo foi tranquilo e fabuloso. Somente sobrevoando aquela imensidão nos demos
conta de que Mendoza fica no meio de um grande deserto ao pé das muralhas
formadas pela Cordilheira dos Andes. Sem qualquer exagero, Mendoza é um oásis no
meio de uma região sem fim de aridez.
Havia outros brasileiros na excursão pela cidade. Conhecemos um simpático casal que ficou interessado na nossa conversa a respeito do parque Aconcágua. Eles desconheciam a possibilidade de chegar perto daquele monumento natural, razão pela qual nos acompanharam até nosso hostel de forma a aderir nosso projeto para o dia seguinte, fazer um tour day até aquele parque. A noite um gostoso jantar com o delicioso vinho de Mendoza, nos fez relaxar e aproveitar a compania do Sr. Palla e Dna. Marlene.
Este passeio realmente vale a pena. A viagem é longa e cansativa, porém revela a beleza da Cordilheira dos Andes. Partimos cedo de Mendoza, que fica a menos de 1 mil metros de altitude, com destino à entrada do Parque do Aconcágua a quase 4 mil metros. Já dá para imaginar o quão sinuosa e incrível é a estrada, a mesma que une a Argentina e Santiago/Chile, repleta de abismos e tuneis cavados na pedra.
Dentre
as inúmeras estórias desta incrível passagem, a mais contada está ligada ao
general argentino José de San Martín, responsável pela independência da
Argentina, Chile e Peru. Depois de libertar a Argentina da coroa espanhola, o
companheiro de Simón Bolívar, marchou rumo ao Chile para ajudar a conquistar
sua independência.
Paramos para conhecer a conhecida ponte natural Puente del Inca, por onde os Incas atravessavam um rio e, finalmente, chegamos ao Parque Provincial Aconcágua, o qual abriga a montanha de mesmo nome nome (Sentinela de Pedra), com seus 6 962 metros de altitude. Ela é simultaneamente o ponto mais alto das Américas, de todo o Hemisfério Sul e o mais alto fora da Ásia.
A ponte del Inca
O
parque estava fechado, porém era possível fazer uma caminhada até um miradouro.
Bravamente os pais da Karina nos acompanharam. Foi surpreendente e emocionante
ver o Sr. Palla caminhar com disposição àquela altitude (4.100 metros), alguns
meses após uma séria cirurgia no pulmão. Acredito que foi uma superação para
ele e uma grande lição e orgulho para nós. Naquela noite tivemos um agradável
jantar de despedida com os pais da Karina, pois nós ainda ficaríamos alguns
dias.
Exemplo de superação. Aguentou firme a altitude!
Nos
dias que sucederam, fizemos alguns passeios por conta própria e outros com a
agência do Hostel. Como não poderia ser diferente, visitamos algumas vinícolas
e desfrutamos do azeite extra virgem de uma fábrica local. Também fizemos rapel
e terminamos o dia numa terma. Embora o frio fosse grande, as águas quentes e
borbulhantes nos ofereciam um relaxamento total.
Degustação de vinhos... hummm
Nosso
último passeio por Mendoza foi marcado por uma longa caminhada pelo grandioso Parque
Independência e pelo sinistro Zoológico, repletos de animais de todos os
continentes, alguns até assustavam de tão perto que ficavam do público..
A entrada do Paque Independência